REFLEXÕES NA PALAVRA DE DEUS 02 – “Posso todas as coisas”

Meus amigos,

Segue o novo texto da série  “REFLEXÕES NA PALAVRA DE DEUS”.

Peço a Deus que este texto possa ser benção na sua vida!

REFLEXÕES NA PALAVRA DE DEUS 02 – “Posso todas as coisas” – Fp 4:4-12.

Filipenses 4

04-Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.

05-Seja a vossa eqüidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.
06-Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.
07-E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.

08-Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.

09-O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco.

10-Ora, muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11-Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.

12-Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.

13-Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece. 

Continuamos as nossas reflexões na palavra de Deus na carta de Paulo aos Filipenses. Vamos pular para o capítulo 4, mas fique tranquilo, pois em qualquer momento podemos voltar e falar do capítulo 2 e 3. 

Uma das frases mais “chavão” dos grupos evangélicos consta no versículo treze, do capítulo quatro da carta de Paulo aos Filipenses: “posso todas as coisas naquele que me fortalece”.

Quantos já não repetiram essa frase de uma forma entusiasta e triunfante? Quantos já não colaram esta frase no vidro do carro como um amuleto que lhes proporcionariam todos os seus desejos? Eu mesmo, lembro-me que tinha esse versículo adesivado em um antigo carro.

Eu acho muito bom que se leve a palavra de Deus de todas as formas, entretanto, quanto de nós sabe e compreende o contexto em que Paulo disse esta palavra?

Gostaria de explorar esse texto e seu contexto e convido você a fazê-lo comigo.

Em primeiro lugar, no versículo 4, do capítulo 4 há um imperativo, do Ap. Paulo, dizendo: “regozijai-vos, sempre no Senhor”. Não pode ser diferente. É imperativo, e o verbo nesta condição não deixa opção pra ser de outra forma. Regozijai-vos e regozijai-vos no Senhor.

Paulo diz que devemos estar sempre alegres, contentes e que o Senhor Jesus deve ser o motivo e o objeto da nossa alegria.

As pessoas procuram alegrias nos mais diversos motivos, mas nunca antes, esses motivos estiveram tão ligados e direcionados ao próprio homem como hoje. O homem tem sido o objeto e o motivo da sua própria alegria. O ter e possuir para si, tem sido o único combustível que alimenta a fogueira das vaidades pessoais, proporcionando uma alegria estéril e passageira. Quando não se tem o objeto do desejo, a alegria vai embora tão rápido como chegou. Esta tem sido a nossa realidade.

Nunca antes se viu tantas pessoas doentes emocionais como nos dias de hoje. Síndrome do pânico, ansiedade e depressão estão mais perto do nosso cotidiano do que tiveram no passado. Quando mais aumenta nossa condição de possuir bens, numa proporção maior, aumentam também nossos novos desejos, e por consequência, a nossa alegria fica mais ainda atrelada a possuir, ao conquistar. Quando isto não acontece, vem a frustração, que elevada aos seus extremos, gera uma série de doenças emocionais. Entramos no ciclo de “querer, possuir, querer mais / querer, possuir, querer mais / querer, possuir, querer mais”! A roda do consumo pelo consumo nos fisga e nos faz reféns!

Se a fonte de nossa alegria for errada, logo, ela será passageira e inconstante. Se a fonte de nossa alegria for o Senhor Jesus, as circunstâncias externas não farão muita diferença.

Seguindo no capítulo quatro, versículos 6,7,8, Paulo nos dá uma aula sobre como não ser presa da ansiedade. Ele diz pra não andarmos inquietos por coisa alguma, e para colocarmos nossa pedidos  nas mãos Deus. A única forma não sermos dominados pelos nossos desejos é coloca-los todos nas mãos de Deus.  Ele diz que quando colocarmos nossos pedidos nas mãos de Deus, a paz do Senhor que é maior que qualquer raciocínio lógico, guardará o nosso coração. Nosso coração é preservado pela paz de Cristo.

O próximo passo é focar o nosso pensamento em outras coisas, e a sugestão de Paulo é para pensarmos nas coisas que são do alto.  Parem de pensar em si próprio! Parem de pensar em bens, em possuir! Parem de pensar nas suas próprias concupiscência disfarçadas de religiosidade. Pensem nas coisas do alto, pensem nas coisas de Deus!

Os versículos, 11, 12 e 13 parecem ser “extraterrestres” nos dias de hoje. Enquanto muito se fala no possuir, em ter, em obter, enquanto vemos um evangelho televisivo cada vez mais focado em mágicas para atender desejos humanos, Paulo diz que aprendeu a estar contente com o que tem! Que coisa linda. Ele diz que está feliz e alegre, com aquilo que Deus já lhe deu.

Será que Paulo não precisava de mais nada? Será que Paulo já possuía todos os bens possíveis? Lógico que não! Paulo ainda tinha necessidades e Paulo não tinha muitos bens. Sua condição naquele momento era a de um prisioneiro em Roma e com certeza um prisioneiro tem ainda muitas necessidades!

Paulo tinha recebido uma oferta da igreja de Filipos e essa oferta viria a sanar as suas despesas básicas de sustento. Muito provável esta oferta não daria pra comprar o melhor carro disponível. Muito provável aquela oferta não daria pra comprar as melhores roupas de grife disponível.  Como então ele poderia estar feliz, tendo apenas o suficiente para o sustento?

Com certeza Paulo vivia o que pregava e a sua alegria estava no Senhor e não nos bens materiais. Paulo não entra no ciclo do consumo. A felicidade de Paulo está na sua relação com Deus e quando isto acontece, pouco importa o carro que se dirige, pouco importa a grife da roupa que se veste, pouco importa o bairro onde está a sua casa.

A nossa crença em Deus e por consequência a nossa satisfação espiritual não podem ser refém de um processo econômico consumista. Se a nossa felicidade se baseia naquilo que podemos comprar e consumir, estamos longe da verdadeira fé! Deus deve ser o motivo de nossa satisfação, regozijo e alegria!

Paulo diz que sabia ter muito, da mesma forma como sabia ter pouco. Ele diz que sabia ter fartura, bem como sabia passar fome, ele diz que sabia ter abundância, assim como sabia passar necessidades.

E você? Você consegue lidar com as intempéries da vida e continuar servindo e glorificando a Deus? Consegue continuar crendo que Deus te ama e tem o melhor pra sua vida mesmo quando passa por privação? O profeta Habacuque disse em certa ocasião:

Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado;
Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação.
Habacuque 3:17-18

Aprender a conviver com as circunstâncias da vida, sem deixar dominar-se por elas é o segredo da alegria e da felicidade. O Ap. Paulo falava de coisas que ele tinha vivido. Ele tinha passado fome muitas vezes. Ele foi abandonado por amigos e irmãos algumas vezes. Ele vivenciou crises de proporções enormes, como por exemplo, o naufrágio de um navio. Ninguém tem tanta autoridade pra falar disto como Paulo. Quando ele diz, que as circunstâncias externas e problemas da vida, não podem e não devem mudar o nosso ânimo, ele fala como alguém que vive e viveu naquela situação!

Por fim, ele diz: Posso todas as coisas, naquele que me fortalece.

Poder todas as coisas, não é querer e ter todas as coisas. Poder todas as coisas, não é ter uma vida isenta de dificuldades. Poder todas as coisas, é passar pelas lutas e pelas dificuldades da vida, colocando todas as situações nas mãos de Deus e estando em paz, sendo feliz, independente de cada situação. Podemos tudo isto, por aquele que nos fortalece e nos dá a condição e a capacidade de passarmos por todas as intempéries da vida.

Quero terminar essa reflexão com algumas perguntas, e gostaria que você olhasse no espelho da alma e perguntasse pra você mesmo, esperando respostas sinceras.

Como está a sua vida?

Como você tem vivido?

Você tem tido dificuldades?

Você tem passado por lutas, por tribulações, por privações, por perdas?

Quando isto acontece qual a influência que estas coisas têm na sua alegria?

Que Deus te dê uma fé inabalável em Jesus, fé esta que faça você passar por uma série de lutas e privações com a alegria e com a certeza da vitória!

Que Deus abençoe você, e sigamos o exemplo deixado nesta palavra!.

Semana que vem, passearemos pelo livro de Romanos.

Curitiba, 29/04/13

Iverson

REFLEXÕES NA PALAVRA DE DEUS 01 – Alegria e confiança acima das circunstâncias – Fp 1:1-9.

Meus amigos,

Pretendo iniciar uma série de meditações sobre alguns trechos da palavra. Darei a esta meditações o título de “REFLEXÕES NA PALAVRA DE DEUS”.

Peço a Deus que essa série possa ser benção na sua vida.

REFLEXÕES NA PALAVRA DE DEUS 01 – Alegria e confiança acima das circunstâncias – Fp 1:1-9.

Filipenses 1

1-Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus, que estão em Filipos, com os bispos e diáconos:

2-Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo.

Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós,

3-Fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas,

Pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora.

4-Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;

5-Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho.

6-Porque Deus me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição de Jesus Cristo.

7-E peço isto: que o vosso amor cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento,

8-Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo;

9-Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.

O grande comentarista bíblico John Macarthur Jr. chama a carta de Paulo aos Filipenses de “carta da alegria”. Segundo este escritor, trata-se da epístola mais pessoal de Paulo!

As circunstâncias da vida de Paulo e as circunstâncias da vida da igreja em Filipos não eram nada favoráveis a “alegria”. Paulo estava preso, e a igreja de Filipos era uma igreja pobre de bens materiais conforme descrito nos textos bíblicos.

Como então falar de alegria? Como então ser alegre, tendo circunstâncias adversas? O que nos ensina o texto bíblico?

1º - Paulo cita no versículo três do capítulo primeiro, que estava sempre orando por eles, a fim de que os mesmos mantivessem sempre a cooperação no evangelho.

Um dos grandes motivadores da alegria é o censo de participação e de cooperação. Quando nos envolvemos em algo, quando participamos de algo, quase sempre nos sentimos alegre com o  desenvolvimento deste algo.

Não falo apenas de um ativismo pelo ativismo, mas falo de alegrar-se com o caminhar da missão dada por Deus aos homens.

Todos nós que recebemos a salvação através do evangelho, recebemos de Deus a missão de levar as boas novas de salvação e o sucesso desta missão deve ser também um motivo de alegria pra nós. Um desenvolvimento espiritual passa por crescer e alegrar-se com a missão dada por Deus a nós e quando atingimos este estado de espiritualidade, as circunstâncias externas já não mais influem tanto em nosso estado de alegria.

A igreja de Filipos era pobre de dinheiro, mas era rica em cooperação. Era pobre de dinheiro, mas era rica em participar. Era pobre de dinheiro, mas era rica de um coração aberto! Paulo, fica impressionado com a oferta da igreja de Filipos, pois Paulo conhecia a situação deles.

Ninguém é tão pobre que não tenha algo a oferecer. Sempre podemos fazer alguma coisa por alguém, e isto, tem de ser um motivo de alegria em nosso coração.

Paulo sabia disto, por isto regozija-se em Deus pela cooperação dos Filipenses e ora para que esta cooperação seja constante. Paulo não faz isto em proveito próprio, como alguém que recebe, mas Paulo faz isto sabendo do impacto espiritual que existe na vida daqueles que abre o coração a cooperar.

Você tem algo a dar e a sua cooperação e participação pode ser o catalisador de uma enxurrada de alegria em sua vida. Deus não nos fez como um fim em si mesmo, mas Deus nos criou com a missão de dar, pois mais digno é dar, do que receber.

O evangelho dos dias atuais tem sido um evangelho antropocêntrico, onde nossa relação com Deus não passa de uma “pedilância” constante. O homem virou o centro das atenções e parece que o mundo gira ao nosso redor. São os nossos desejos, são as nossas vontades, são as nossas prioridades e etc. Nossas orações mais parecem um ofício ao céu pedindo coisas. Precisamos ter em mente que o grande motivo da nossa existência é aquilo que podemos oferecer e não aquilo que queremos receber.

Receba a alegria que vem de Deus, sendo participante e cooperante da obra do reino de Deus na terra.

2º. Paulo fala no versículo quatro que Deus é quem vai completar a obra iniciada na vida dos Filipenses.

Um dos fatores de desmotivação e tristeza é a sensação de esperar algo e este algo não acontecer. Muito de nós vivemos assim. Esperamos algo e parece que este algo não vai ocorrer. O tempo passa e parece que as coisas continuam as mesmas. Trata-se da sensação antecipada do fracasso e da derrota!

Muitos de nós recebemos ao Senhor como salvador e uma transformação começou em nossas vidas, entretanto, ainda existem aspectos e comportamentos sobre os quais parecem que ainda não temos domínio. Continuamos às vezes caindo nos mesmo pecados, o que gera culpa e frustração.

Outros por sua vez, esperam no Senhor por um grande milagre em suas vidas. Buscam cura de uma enfermidade, buscam a realização de ver a sua família convertida e salva, buscam o sonho de casar, de ter filhos, de ser um grande profissional, de ter um ministério próspero e etc. Muitos são os anseios que nos fazem esperar no Senhor. Entretanto, conforme o tempo passa e aquilo que esperamos não acontece, somos invadidos por uma sensação de frustração e tristeza.

O apóstolo Paulo, escreve de uma forma determinante, que devemos confiar em Deus, pois a obra que Deus começou, ele vai terminar. Deus não é empreiteira brasileira que começa uma obra e não cumpre. Deus não é governo que promete, inicia e não termina. Deus é Deus e a obra que ele começa, ela termina. Alegrem-se no Senhor, pois a obra que Deus iniciou na sua vida, Deus vai terminar. Deus não deixa a obra inacabada.

No livro de Josué nos capítulo 14, versos do 6 ao 15, Calebe relembra a Josué da promessa feita por Deus a eles de que um dia pisariam na terra prometida. Neste momento, Josué está entregando ao povo a sua parte na terra, e Calebe, uma testemunha viva do iniciar da obra de Deus na vida de Israel, está vivendo o consumar da obra e da promessa de Deus na sua vida. Calebe creu e confiou e pode ver a obra ser completa.

Abraão creu e confiou e pode ver seu filho nascer, mesmo sendo ele e sua esposa, pessoas já idosas, sem capacidade natural de reprodução. A obra que Deus começa, Deus termina e consuma a obra, independente da nossa falta condição.

Por mais que seu casamento pareça um fracasso, Deus é fiel para terminar a restauração. Por mais que seus filhos pareçam perdidos, Deus é fiel para consumar a libertação. Por mais que a doença e a enfermidade pareçam incuráveis, Deus é fiel para sarar o corpo e a alma. Por mais que seu ministério pareça uma série de fracassos, Deus é fiel para te fazer voar nas maiores alturas. Deus é fiel para terminar o que ele começou a sua, por isso, alegrem-se.

Não deixemos que as circunstâncias externas tirem de nós a alegria, pois aquilo que Deus começou, Deus vai terminar.

Que Deus abençoe você, e sejamos como os Filipenses, alegres e confiantes no Senhor.

Curitiba, 23/04/13

Iverson