quarta-feira, 5 de junho de 2013

REFLEXÕES NA PALAVRA DE DEUS 04 - Quem te fez juiz?




Meus amigos,

Segue o novo texto da série  “REFLEXÕES NA PALAVRA DE DEUS”.

Peço a Deus que este texto possa ser benção na sua vida!

Desde o último post, passaram-se algumas semanas. Perdoe-me se você esperou recebe-lo alguns dias atrás e isto não aconteceu. O fato é que estou descobrindo que não é muito fácil escrever um blog, principalmente semanal, intercalado com a vida na igreja e no trabalho secular. Mas enfim esse é nosso propósito e vamos seguindo nos esforçando pra conseguir manter o espaço a atualizado.

Sou grato a Deus pela sua vida e por sua leitura. Esse texto abaixo é uma provocação a nossa reflexão do verdadeiro papel da igreja nos dias de hoje.

Um abraço!


REFLEXÕES NA PALAVRA DE DEUS 04 – “Es inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas” Romanos 1: 18-32 e 2:1-29

Romanos 1:18:32

18-Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.
19-Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.
20-Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
21-Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
22-Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
23-E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.
24-Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si;
25-Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.
26-Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
27-E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.
28-E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;
29-Estando cheios de toda a iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;
30-Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães;
31-Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia;
32-Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem. 

Romanos 2:1-29

1-Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.
2-E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem.
3-E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?
4-Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?
5-Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;
6-O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber:
7-A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção;
8-Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade;
9-Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego;
10-Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego;
11-Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.
12-Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados.
13-Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.
14-Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei;
15-Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;
16-No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.
17-Eis que tu que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus;

18-E sabes a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei;
19-E confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas,
20-Instrutor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei;
21-Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?
22-Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio?
23-Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?
24-Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós.
25-Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão.
26-Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura a incircuncisão não será reputada como circuncisão?
27-E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará porventura a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei?
28-Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.
29-Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus. 


Meus amigos, terminei a última reflexão sobre romanos, no capítulo 1, nos versos 17. Tinha pensado já em seguir para o capítulo 2, no entanto ao refletir neste, vi que ele estava profundamente ligado aos versículos finais do capítulo 1. Sendo assim, achei importante juntá-los em uma mesma reflexão.

No primeiro capítulo de Romanos do versículo 18 em diante, o apóstolo Paulo, faz uma série de referências à condição da sociedade gentílica da época. Entenda-se, gentil, aqueles que não eram judeus e que não viviam sob a revelação de Deus na lei e profetas.

Paulo, através das suas descrições, demonstra o quão estes homens caminhavam de uma forma afastada de Deus! A lista de atitudes contrárias à natureza de Deus é grande e não precisamos aqui repetir, ou até mesmo, de uma forma particular comentar. O fato é, o homem de um modo geral anda afastado de Deus. Todos sem nenhuma exceção são dominados pelo pecado que está na natureza humana, logo suas ações e atitudes sempre correm em direção ao pecado. O Ap. Paulo  diz que, sem exceção, todos pecaram e destituídos estão de Deus (Rm 3:23)

Do verso 18 até o 23, Paulo diz que a ira de Deus é derramada sobre estes homens, visto que são indesculpáveis diante de Deus. Conhecem a Deus através da revelação natural  que é colocada diante de todo o homem criado e mesmo assim, optam em criar pra si deuses e colocam-se a servi-los. Os homens, deliberadamente optam em viver de uma forma como se Deus não existisse.  Esses objetos de culto criado, podem ser tanto imagens de animais, como também a imagem de homens. Não importa, desde que o objeto da adoração, sejam outro, que não seja o verdadeiro Deus.

Nunca se viu tanto, como nos dias atuais, pessoas vivendo de uma forma como se Deus não existisse, como se vida fosse pra ser vivida, sem dar a ninguém nenhuma satisfação. Alguns, conscientemente criaram para si a filosofia da inexistência de Deus. Negam a Deus deliberadamente e optativamente. Outros, mesmo crendo que Deus existe, vivem a suas vidas, como se Ele não existisse. Ao homem natural sem Deus, cabe apenas a escravidão aos seus próprios desejos, vontades e pecados. O texto diz que o próprio Deus os entregou aos seus próprios desejos.

Vivemos dias violentos. Todos os momentos, vemos nos jornais notícias de violência que nos assusta. Pais que matam filhos, filhos que matam pais. Menores que deveriam estar brincando ou na escola recebendo conhecimento, estão praticando crimes sem nenhum remorso ou constrangimento.

Vivemos dias de egoísmo. Cada dia mais, o homem passa a ser o “centro do universo” pra si mesmo e vive sem se importar com quem está ao lado. O que importa é consumir apenas, mesmo que o consumo tenha virado um fim em si mesmo!

Vivemos dias de imoralidade. Todo momento, vemos pela mídia o homem, um ser, que independente de qualquer custo, tenta satisfazer a todos os seus anseios por mais imorais que possam ser. Além de praticar a imoralidade, ainda tentam através de meios e filosofias legitimar tais imoralidades.

O reflexo da sociedade sem Deus dos dias de hoje, é semelhante aos homens sem Deus dos dias Paulo.

Paulo, ainda sobre eles diz, que estes, não passarão sem as devidas recompensas de seus atos.

Terminando o capítulo 1, Paulo agora no capítulo 2, faz uma análise da sociedade judaica da época. Primeiro, no capítulo 1 ele fala sobre os de “fora”,(os gentios)  depois, no capitulo 2 ele fala dos de “dentro” (os judeus).

Os judeus, através da analogia, podem ser comparados a Igreja atual. Os judeus possuíam uma revelação de Deus específica, assim como a Igreja nos dias de hoje possui uma revelação de Deus específica. Então, aquilo que Paulo fala sobre os judeus, pode ser tomado como exemplo para a  igreja.

Paulo começa o capítulo 2 de Romanos dizendo que o homem que julgava (o judeu) de imediato se condenava, visto que julgava e praticava da mesma forma pecados.

Lendo o capítulo 2 de Romanos, fica muito claro que Deus não instituiu ninguém juiz de ninguém. Apesar de Paulo, demonstrar que a sociedade gentílica era moralmente caída, e que estava distante de Deus, em nenhum momento, cabe aos judeus julgá-los! Ou seja, trazendo para os nossos dias, a nós não cabe ficar julgado quem quer que seja, visto que temos também os nossos erros e pecados.

Devemos sim pregar a verdade, devemos sim, pregar contra o pecado, mas não nos cabe sermos juiz de ninguém. Paulo diz, Jesus diz, que aquele que quer ser juiz, que seja irrepreensível, sem pecado algum, pois caso contrário, não tem condição de julgar ninguém. Como a condição de não ter pecados não é atribuída a nenhum homem, logo, nenhum deles pode julgar seu semelhante!

Entendo que a Igreja tem um papel de não se acomodar e não se conformar com o padrão mundano, entretanto, não nos cabe ser juiz de ninguém. Devemos apresentar ao mundo a justiça de Deus e a justiça de Deus é Jesus Cristo, aquele não faz acepção de pessoas!

Segundo um comentarista do livro de Romanos, o esporte principal dos judeus era julgar os gentios. Como eles gostavam de fazer isto! Jesus, durante seu ministério terreno, passou a maior parte do tempo condenado esses judeus. Jesus se dirigiu a eles por várias vezes os chamando de “raça de víboras”, “hipócritas”, “sepulcros caiados”, “guias de cego”! Jesus não economizou em adjetivos pesados quando falava sobre essas pessoas que se colocavam como juízes de outros!

Da mesma forma, se olharmos pra nós, qual tem sido a nossa condição? Será que temos olhados para os de fora da igreja, e temos nos colocado como julgadores? Será que somos perfeitos o bastante para atirar a primeira pedra? Como igreja, como tem sido a nossa participação na sociedade?

No livro Maravilhosa Graça do escritor Phillip Yancey, ele conta a história de uma moça mundana, prostituta, viciada em drogas, com um padrão de vida, muito similar ao descrito no capítulo primeiro de Romanos. Certa ocasião, alguém falou de Jesus pra ela e a convidou pra ir pra igreja. Ela respondeu que já se sentia culpada o suficiente pra frequentar um lugar onde seria ainda mais julgada, mais condenada e o peso da sua culpa só aumentaria!

Como o mundo lá fora nos enxerga? Como Jesus que recebe a todos ou como fariseus que se colocam apenas a julgar e condenar pessoas?

Como você tem olhando para os de fora? Qual tem sido a postura?

A nós nos cabe guiar as pessoas a revelação do amor e da graça de Jesus Cristo!

Dia desses recebi um e-mail com um artigo chamado “A igreja que não serve pra nada”! (pode ser acessado aqui: )

Neste artigo, o articulista cita ter assistido a um documentário falando sobre o famoso pregador americano Ted Haggard.

Ted, foi um grande pregador, pastor de uma grande e renomada igreja nos EUA. Casado, pai de dois filhos tudo ia bem até que explodiu a notícia que Ted tinha encontros amorosos homossexuais com garotos de programa.

O articulista cita no texto que o documentário fala sobre o “julgamento” de Ted feito pela sua antiga igreja! Em resumo, segundo o documentário, Ted foi esculachado da igreja, junto com sua família, sendo até proibido de pisar lá novamente. O documentário questiona como a congregação se colocou como juiz que julgou, condenou, sentenciou e executou a pena! Segundo o escritor, não seria este o momento de exercer misericórdia, perdão e cura para com seu antigo pastor? Será que no momento em que a pessoa mais precisava de apoio, a igreja se coloca na figura do fariseu que condena o pecado alheio?

Alguns condenaram o artigo e condenaram o tal documentário. Dizem que os fatos foram distorcidos. Não vou entrar neste mérito, mas, aproveito o artigo apenas para ilustrar coisas que eu já vi e ouvi!

Não é novidade nenhuma o fato de ministros que cometem erros, serem escorraçados da sua antiga comunidade, sem nenhuma misericórdia e perdão e nem gratidão. Isto é um fato! Não é novidade pra ninguém a quantidade enorme de pessoas que foram julgadas dentro das igrejas, foram condenadas e até hoje nunca mais voltaram ao rebanho.

Para muitas pessoas a igreja é mais parecida a um tribunal de inquisição do que a um hospital que cuida dos feridos e machucados.

Em certa ocasião, trouxeram a Jesus uma mulher que tinha cometido adultério. Os doutores da lei queriam ver a reação de Jesus naquela situação. Levaram a mulher diante dele e disseram que a lei exigia rápida condenação a morte por apedrejamento. Jesus apenas respondeu que aquele que não tivesse pecado atirasse a primeira pedra. Ninguém apareceu para executar a sentença. Jesus apenas disse a mulher que se nenhum deles a condenava, muito menos ele o faria. Vai e não peques mais, disse o mestre para a mulher.

Esta mulher pecadora foi salva por Jesus da morte por apedrejamento. Outros não tiveram essa sorte! Muitas outras pessoas conhecidas e desconhecidas, de perto e de longe, fora alvos de pedras atiradas por mãos tão pecadoras quando a de qualquer um de nós. Muitos são os que foram mortos espiritualmente pelas pedras atiradas pelas mãos julgadoras. Muitas destas mãos, frequentam cultos em nossas igrejas.

Lembre-se, Deus não nos instituiu juiz de ninguém!!

Curitiba, 05/06/13
Iverson