terça-feira, 23 de abril de 2013

REFLEXÕES NA PALAVRA DE DEUS 01 – Alegria e confiança acima das circunstâncias – Fp 1:1-9.


Meus amigos,

Pretendo iniciar uma série de meditações sobre alguns trechos da palavra. Darei a esta meditações o título de “REFLEXÕES NA PALAVRA DE DEUS”.

Peço a Deus que essa série possa ser benção na sua vida.


REFLEXÕES NA PALAVRA DE DEUS 01 – Alegria e confiança acima das circunstâncias – Fp 1:1-9.

Filipenses 1

1-Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus, que estão em Filipos, com os bispos e diáconos:
2-Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo.
Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós,
3-Fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas,
Pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora.
4-Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;
5-Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho.
6-Porque Deus me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição de Jesus Cristo.
7-E peço isto: que o vosso amor cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento,
8-Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo;
9-Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.

O grande comentarista bíblico John Macarthur Jr. chama a carta de Paulo aos Filipenses de “carta da alegria”. Segundo este escritor, trata-se da epístola mais pessoal de Paulo!

As circunstâncias da vida de Paulo e as circunstâncias da vida da igreja em Filipos não eram nada favoráveis a “alegria”. Paulo estava preso, e a igreja de Filipos era uma igreja pobre de bens materiais conforme descrito nos textos bíblicos.

Como então falar de alegria? Como então ser alegre, tendo circunstâncias adversas? O que nos ensina o texto bíblico?

1º - Paulo cita no versículo três do capítulo primeiro, que estava sempre orando por eles, a fim de que os mesmos mantivessem sempre a cooperação no evangelho.

Um dos grandes motivadores da alegria é o censo de participação e de cooperação. Quando nos envolvemos em algo, quando participamos de algo, quase sempre nos sentimos alegre com o  desenvolvimento deste algo.

Não falo apenas de um ativismo pelo ativismo, mas falo de alegrar-se com o caminhar da missão dada por Deus aos homens.

Todos nós que recebemos a salvação através do evangelho, recebemos de Deus a missão de levar as boas novas de salvação e o sucesso desta missão deve ser também um motivo de alegria pra nós. Um desenvolvimento espiritual passa por crescer e alegrar-se com a missão dada por Deus a nós e quando atingimos este estado de espiritualidade, as circunstâncias externas já não mais influem tanto em nosso estado de alegria.

A igreja de Filipos era pobre de dinheiro, mas era rica em cooperação. Era pobre de dinheiro, mas era rica em participar. Era pobre de dinheiro, mas era rica de um coração aberto! Paulo, fica impressionado com a oferta da igreja de Filipos, pois Paulo conhecia a situação deles.

Ninguém é tão pobre que não tenha algo a oferecer. Sempre podemos fazer alguma coisa por alguém, e isto, tem de ser um motivo de alegria em nosso coração.

Paulo sabia disto, por isto regozija-se em Deus pela cooperação dos Filipenses e ora para que esta cooperação seja constante. Paulo não faz isto em proveito próprio, como alguém que recebe, mas Paulo faz isto sabendo do impacto espiritual que existe na vida daqueles que abre o coração a cooperar.

Você tem algo a dar e a sua cooperação e participação pode ser o catalisador de uma enxurrada de alegria em sua vida. Deus não nos fez como um fim em si mesmo, mas Deus nos criou com a missão de dar, pois mais digno é dar, do que receber.

O evangelho dos dias atuais tem sido um evangelho antropocêntrico, onde nossa relação com Deus não passa de uma “pedilância” constante. O homem virou o centro das atenções e parece que o mundo gira ao nosso redor. São os nossos desejos, são as nossas vontades, são as nossas prioridades e etc. Nossas orações mais parecem um ofício ao céu pedindo coisas. Precisamos ter em mente que o grande motivo da nossa existência é aquilo que podemos oferecer e não aquilo que queremos receber.

Receba a alegria que vem de Deus, sendo participante e cooperante da obra do reino de Deus na terra.

2º. Paulo fala no versículo quatro que Deus é quem vai completar a obra iniciada na vida dos Filipenses.

Um dos fatores de desmotivação e tristeza é a sensação de esperar algo e este algo não acontecer. Muito de nós vivemos assim. Esperamos algo e parece que este algo não vai ocorrer. O tempo passa e parece que as coisas continuam as mesmas. Trata-se da sensação antecipada do fracasso e da derrota!

Muitos de nós recebemos ao Senhor como salvador e uma transformação começou em nossas vidas, entretanto, ainda existem aspectos e comportamentos sobre os quais parecem que ainda não temos domínio. Continuamos às vezes caindo nos mesmo pecados, o que gera culpa e frustração.

Outros por sua vez, esperam no Senhor por um grande milagre em suas vidas. Buscam cura de uma enfermidade, buscam a realização de ver a sua família convertida e salva, buscam o sonho de casar, de ter filhos, de ser um grande profissional, de ter um ministério próspero e etc. Muitos são os anseios que nos fazem esperar no Senhor. Entretanto, conforme o tempo passa e aquilo que esperamos não acontece, somos invadidos por uma sensação de frustração e tristeza.

O apóstolo Paulo, escreve de uma forma determinante, que devemos confiar em Deus, pois a obra que Deus começou, ele vai terminar. Deus não é empreiteira brasileira que começa uma obra e não cumpre. Deus não é governo que promete, inicia e não termina. Deus é Deus e a obra que ele começa, ela termina. Alegrem-se no Senhor, pois a obra que Deus iniciou na sua vida, Deus vai terminar. Deus não deixa a obra inacabada.

No livro de Josué nos capítulo 14, versos do 6 ao 15, Calebe relembra a Josué da promessa feita por Deus a eles de que um dia pisariam na terra prometida. Neste momento, Josué está entregando ao povo a sua parte na terra, e Calebe, uma testemunha viva do iniciar da obra de Deus na vida de Israel, está vivendo o consumar da obra e da promessa de Deus na sua vida. Calebe creu e confiou e pode ver a obra ser completa.

Abraão creu e confiou e pode ver seu filho nascer, mesmo sendo ele e sua esposa, pessoas já idosas, sem capacidade natural de reprodução. A obra que Deus começa, Deus termina e consuma a obra, independente da nossa falta condição.

Por mais que seu casamento pareça um fracasso, Deus é fiel para terminar a restauração. Por mais que seus filhos pareçam perdidos, Deus é fiel para consumar a libertação. Por mais que a doença e a enfermidade pareçam incuráveis, Deus é fiel para sarar o corpo e a alma. Por mais que seu ministério pareça uma série de fracassos, Deus é fiel para te fazer voar nas maiores alturas. Deus é fiel para terminar o que ele começou a sua, por isso, alegrem-se.

Não deixemos que as circunstâncias externas tirem de nós a alegria, pois aquilo que Deus começou, Deus vai terminar.

Que Deus abençoe você, e sejamos como os Filipenses, alegres e confiantes no Senhor.

Curitiba, 23/04/13
Iverson



domingo, 30 de setembro de 2012

LUTO - Pastor Kleber Magalhães do Vabo Jr.


Hoje pra mim e para  muitas pessoas do meu convívio é um dia de luto. Nesta manhã, Deus recolheu o Pastor Kleber Magalhães do Vabo Jr, meu pastor por três vezes em um período de mais de quinze anos.

História da minha vida está recheada da presença dele. Abençoou meu noivado, orou por minha filha, quando esta nasceu com diversos problemas de saúde ainda no hospital, me inseriu na obra do Senhor, me colocando como professor de escola dominical e por último, me ordenou para o ministério da palavra.






Devo muito do que sou ao pastor Kleber. Entre nós, existiu uma relação de paternidade. O "DNA" dele está inserido na minha vida e no meu ministério.

Nos últimos anos, andava enfermo com doenças respiratórias, mas continuava firme, pregando o evangelho e servindo na Comunidade Batista Missionária, igreja que fundamos juntos em 2004.

Depois que deixei a Comunidade Batista Missionária, estive com ele umas quatro vezes e a última foi a uns dois meses, quando nos encontramos em um supermercado e ficamos quase uma hora conversando. Eu pude abraça-lo muito como nunca antes fiz e tivemos um momento muito agradável.

Como todos nós, tinha seus defeitos, entretanto, poucos eu conheci na minha vida que tinha a piedade que ele tinha pelas coisas de Deus. Levava o evangelho extremamente a sério e a igreja, era pra ele a coisa mais importante de todas. Amava muito as suas ovelhas e dava seu sangue por elas. Era daqueles pastores que quase não se vê mais.

Fica a saudade mas também a certeza, que neste momento está nos braços do Senhor Jesus, a quem ele muito serviu e dedicou toda a sua vida sem economia e de uma forma muito intensa. 

Obrigado meu Deus, pela vida, pelo exemplo do Pastor Kleber. Obrigado Deus pelos anos que passamos juntos.

Sentirei a sua falta, mas sei que neste momento ele descansou. Acabou a carreira e guardou a fé.

Iverson

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Uma palavra pastoral de Tiago.

Uma palavra pastoral de Tiago.

Tiago 1:19-27

19-Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se,
20-pois a ira do homem não produz a justiça de Deus.
21-Portanto, livrem-se de toda impureza moral e da maldade que prevalece, e aceitem humildemente a palavra implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los.
22-Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos.
23-Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho
24-e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência.
25-Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer.
26-Se alguém se considera religioso, mas não refreia a sua língua, engana-se a si mesmo. Sua religião não tem valor algum!
27-A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo.

Tiago era pastor da igreja de Jerusalém, devido a isto, ele nos deixa um “ensinamento pastoral” em sua epístola.

Neste capítulo, ela tenta mostrar o que é a verdadeira religião e a verdadeira espiritualidade.

Nós vemos diariamente pela TV, rádio e mídias diversas as mais variadas formar de religiosidade ou espiritualidade. Olhamos pra tudo isto e as vezes até nos perguntamos se a nossa espiritualidade ou religião é verdadeira, pois em muitos casos, ela parece diferente daquilo que vemos e ouvimos.

Tiago, neste texto demonstra que a religião ou a espiritualidade é mais prática do que teórica. Ao invés de viver uma religiosidade teórica, abstrata, somos chamados a demonstrar a nossa fé, através das práticas diárias da vida. Tiago mesmo diz: “mostra-me a tua fé, que eu mostro as minhas obras”. Fé e obras andam juntas e uma confirma a outra. A minha fé, a minha espiritualidade é demonstrada pelas minhas obras, pela forma como eu vivo. Eu demonstro a minha fé em Jesus Cristo na medida que as minhas ações se parecem com as ações de Cristo.

Vamos aos versículos:

19-Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se,

20-pois a ira do homem não produz a justiça de Deus.

Aqui, ele ensina que a ação compatível com Cristo na vida do Cristão é ser ponderado quando fala e quando age. Ele diz que devemos mais ouvir, do que falar. O ditado popular diz que aquele que fala demais, dá bom dia a cavalo. Até o seu Myagi, personagem do ator Pat Morita no filme Karatê Kid sabia disto. Seu Myagi deveria ler a epístola de Tiago, Em determinado momento do filme ele diz para o Daniel San: “Daniel San, os tolos falam, os sábios ouvem”

Quantas são pessoas atropelam toda a vida e se colocam em situações constrangedoras porque não conseguem apenas ouvir. Muitas vezes, nossas relações com filhos e esposas em nossos lares são tumultuadas, porque todos nós queremos falar e ter a última palavra. Não podemos passar batido, a última palavra é nossa e em muitas vezes, essas palavras ferem, machucam e causam feridas que demoram a cicatrizar. Não precisamos ter a última palavra e nem precisamos responder tudo rapidamente diz Tiago. Podemos ouvir apenas, refletir e ponderar antes de emitir qualquer palavra.

Ainda no mesmo versículo, ela fala sobre sermos também tardios em irar-se. A ira é algo que pode causar inúmeras tragédias, principalmente neste mundo estressado que vivemos. Por alguns segundos de ira, algumas pessoas já tiraram a vida de outros no trânsito. Por alguns segundos de ira, alguns homens cumprem penas em penitenciárias por terem matado esposa, namoradas e até filhos. A ira, neste mundo estressado que vivemos é como ascender um palito de fósforo em um paiol de pólvora. Uma pequena fagulha, pode explodir tudo ao redor.

Ele ainda finaliza o pensamento dizendo que a ira não produz a justiça de Deus. Irar-se nos leva a querer vingança. Irar-se nos leva a querer a reparação do erro e a retribuir na mesma medida. A bíblia, entretanto nos convoca imperativamente ao perdão e a não querer retribuir o mau com o mau. Quem faz justiça é Deus e não o homem.

Seguindo ele diz:

21-Portanto, livrem-se de toda impureza moral e da maldade que prevalece, e aceitem humildemente a palavra implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los.

Interessante, é que ele aqui enfatiza que devemos receber esta palavra e toda a palavra de Deus humildemente, pois a palavra é capaz de produzir salvação na nossa vida.

Muitas vezes, não recebemos a palavra. As vezes ouvimos o que precisamos ouvir e em alguns casos, esse ouvir fere nosso egoss e desta feita, desprezamos aquilo que ouvimos. Segundo Tiago, a nossa atitude deve ser a de ouvir com humildade a palavra de Deus, pois ale pode salvar a nossa vida. Mesmo que a palavra nos confronte, nos incomode, devemos aceita-la humildemente.

22-Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos.
23-Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho
24-e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência.

Tiago nestes versículos diz que não devemos apenas ouvir a palavra, mas devemos antes de tudo, praticá-la. Devemos colocar em prática na nossa vida, os ensinamentos que recebemos na palavra de Deus. Tiago compara a palavra a um espelho que demonstra quem realmente somos, e quando ouvimos a palavra e não a colocamos em prática nas nossas vidas, é como se olhássemos nossos defeitos no espelho e não fizéssemos nada a fim de repará-los. Tiago diz que quem recebe a palavra e tem sua vida exposta a luz do evangelho e não muda suas práticas, é como a mulher que olha no espelho e reconhece a maquiagem borrada e desfeita, as sai assim mesmo.

Esta é uma situação triste. A palavra tem sido pregada e muitas pessoas a tem ouvido, mas poucos sãos os que a tem colocado em prática e devido a isto, muito pouco acontece na vida destas pessoas. Nós nos enganamos diariamente, a medida que não praticamos aquilo que ouvimos na palavra.


Tiago ainda termina o pensamento dizendo:

25-Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer.


Não tem como ter sucesso ou ser feliz, se não praticar a palavra. Meu casamento não será feliz, se eu não praticar a palavra de Deus no meu casamento. Minha vida nos negócios, não será feliz, se eu não praticar a palavra de Deus nos meus negócios. Aquele que pratica a palavra de Deus, é bem sucedido no que faz. O segredo da felicidade está em ouvir e colocar em prática a palavra de Deus em todos os aspectos das nossas vidas.

No versículo 26, Tiago volta a exortar sobre o cuidado com o que falamos:

26-Se alguém se considera religioso, mas não refreia a sua língua, engana-se a si mesmo. Sua religião não tem valor algum

Meus amigos, nós somos chamados a abençoar e não a amaldiçoar ninguém. Já vi e ouvi muitos cristãos, usando a sua boca e sua língua para amaldiçoarem seus próximos. Tiago nos diz, que a medida que nossa língua é indomável, logo, nossa religião é falsa e pra nada serve e nos enganamos a nós mesmo. Inúmeros problemas são causados no meio de igrejas, de famílias, de comunidades, devido a pessoas que possuem maldade naquilo que falam. O pastor Tiago exorta que esse não é o proceder dos seguidores de Jesus Cristo.

Por fim, Tiago fecha o texto demonstrando qual é a verdadeira religião:

27-A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo.

A verdadeira religião é aquela que não é influenciada pela mundo atual, que não sucumbe as tentações de poder e fama e que entende que não é um fim em si mesmo.

Segundo Tiago, ser religioso, antes de tudo é pensar e viver para os menos favorecidos. Uma religião que não pratica as boas ações é falsa, segundo Tiago.

Essa mensagem de Tiago é apenas um reflexo daquilo que disse Jesus no evangelho inteiro e principalmente na parábola do Bom Samaritano. Qualquer demonstração religiosa que não seja vivida para o próximo, é uma demonstração que desagrada a Deus.

Em quase todos os livros proféticos, se não em todos do velho testamento, um dos pecados cometidos por Israel, era abandonar os necessitados. Várias vezes isto foi motivo de juízo de Deus sobre Israel e Judá.

Em certa ocasião, o profeta deixa claro que Deus não se agrada de atitudes religiosas, ou apenas cerimônias religiosas se isto não vier acompanhado de atitudes que demonstrem nosso amor pelos necessitados:

Os 6:6

Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.

Aqui, o profeta Isaías, falando para Judá e Israel, ele pega pesado dizendo que Deus não recebia as cerimoniais do povo e o que Deus esperava deles, ao invés de cerimônias, seria cuidar os órfãos e viúvas. O profeta não alivia pra Israel e Judá, e chega a compará-los a Sodoma e Gomorra.

Is 1:1

VISÃO de Isaías, filho de Amós, que ele teve a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, e Ezequias, reis de Judá.

Is 1:2

Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, tu, ó terra; porque o SENHOR tem falado: Criei filhos, e engrandeci-os; mas eles se rebelaram contra mim.

Is 1:3

O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende.

Is 1:4

Ai, nação pecadora, povo carregado de iniqüidade, descendência de malfeitores, filhos corruptores; deixaram ao SENHOR, blasfemaram o Santo de Israel, voltaram para trás.

Is 1:5

Por que seríeis ainda castigados, se mais vos rebelaríeis? Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco.

Is 1:6

Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres não espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo.

Is 1:7

A vossa terra está assolada, as vossas cidades estão abrasadas pelo fogo; a vossa terra os estranhos a devoram em vossa presença; e está como devastada, numa subversão de estranhos.

Is 1:8

E a filha de Sião é deixada como a cabana na vinha, como a choupana no pepinal, como uma cidade sitiada.

Is 1:9

Se o SENHOR dos Exércitos não nos tivesse deixado algum remanescente, já como Sodoma seríamos, e semelhantes a Gomorra.

Is 1:10

Ouvi a palavra do SENHOR, vós poderosos de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra.

Is 1:11

De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o SENHOR? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes.

Is 1:12

Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os meus átrios?

Is 1:13

Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembléias; não posso suportar iniqüidade, nem mesmo a reunião solene.

Is 1:14

As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer.

Is 1:15

Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.

Is 1:16

Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal.

Is 1:17

Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.

Is 1:18

Vinde então, e argüi-me, diz o SENHOR: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.

Is 1:19

Se quiserdes, e obedecerdes, comereis o bem desta terra.

Demonstração de amor a Deus se dá também através de demonstração de amor e cuidado com o próximo. Evangelho não é algo voltado pra si, mas voltado para o outro.

Jesus nos salvou e nos abençoou não apenas por nós mesmo, mas também para que possamos ajudar e cuidar dos menos favorecidos. Segundo Tiago, esta é a verdadeira religião.

Um abraço e fiquem na paz.

Iverson

quarta-feira, 2 de março de 2011

O mito do livre arbítrio

Dias desses, em uma lista de discussão que participo, recebemos um excelente texto “O Mito do Livre Arbítrio , de Walter Chantry” (publico logo abaixo do meu texto)

Eu parei de discutir esse assunto, muito tempo atrás, por achar que as discussões sobre tema ficaram passionais demais, para ambos os lados.

Porém, em resposta a um amigo, sobre as questões de justiça de Deus e eleição, diga-se de passagem, com questionamentos, iguais aos que eu já tive, resolvi então responder o tópico.

Abaixo a minha resposta:

Eu já pensei exatamente como você. Alguns aqui nesta lista e outros de lista passadas devem lembrar (principalmente o Clóvis, e outros). Até hoje, eu brinco com o Clóvis de ser arminiano, mesmo tendo certeza que não sou, como também não sou Calvinista (detesto rótulos) apesar de comungar com todas, ou quase todas as doutrinas denominadas calvinistas.

No início, eu achava que o homem tinha escolha e que poderia tomar a direção correta. Depois compreendi pelo entendimento da bíblia, que ele tem escolha, como diz o texto que deu origem ao tópico, tem escolha, mas não tem condição de tomar a direção correta. O estado pecaminoso do homem, é uma força que o arrasta na direção contrária da salvação. Se não me engano, em uma ocasião em São Paulo, depois de assistirmos o filme LUTERO, eu o Clóvis, na frente do flat onde eu morava, ficamos correndo o risco de ser assaltado e discutindo este assunto. O Clóvis iria pegar taxi, passou uns vinte, mas o assunto estava bom. Lembro que ele me disse algo:

"o pecado adoeceu o homem, ou o pecado matou o homem"??

Era uma pergunta. Se morreu, não tem condição de ação.

Enfim, eu assimilei esta idéia com o tempo. O homem, em seu estado natural, morto, pode até ter a possibilidade racional de escolha, mas seu estado natural morto, o impede da ação em direção a Deus. Um lobo, pode até chegar a conclusão que ser ovelha é a mais correta forma de vida, porém, ele não vai deixar de ser lobo. Ele pode até se esforçar e por convicção, comer capim, mas sua natureza de lobo, vai fazer com que ele mais cedo, ou mais tarde, deseje mesmo é se fartar de carne. A natureza é uma força com o qual o homem sozinho não pode competir.

Enfim, então, logo entendi, que o processo de salvação, era algo que partia, única e exclusivamente de Deus, sem nenhuma participação humana. É isso. É Deus que nos atraí e não somos nós que vamos até ele.

Se é assim, como ficaria a questão de justiça. Sim, por que se Deus atrai a alguns, por que ele não atraí a todos os homens? Se ele atraí alguns, por uma lógica racional, logo chego a conclusão que alguns foram criados então, apenas para não ser atraídos por Deus e para servirem de combustível da fogueira eterna. Esse seria o processo de raciocínio lógico. E não culpo ninguém por pensar assim, pois é uma lógica óbvia que leva a uma conclusão óbvia.

Mas enfim, como disse um outro amigo , os homens é que pecaram. Logo, o homem se condenou, e Deus resolveu salvar alguns e não há injustiça nisto. A salvação é de Deus e ele dá a quem ele quiser, como na parábola dos trabalhadores. Apesar de não haver injustiça nisto, esta resposta ainda não era muito satisfatória. Eu nunca quis lidar com o meu conceito de justiça e com a palavra de Deus.

Tempos atrás, em uma lista de discussão que participo, em outro assunto qualquer, que não lembro qual, um amigo fez uma explanação sobre como nosso conceito de justiça foi influenciado pela revolução francesa, revolução esta, diga-se de passagem, totalmente humanista, e que prega "liberdade", "igualdade" e "fraternidade".

Durante muito tempo, inconscientemente, ficamos tentando adaptar a nossa crença, ao senso comum de justiça. Deus é justo, se ele se adaptar ao nosso senso de justiça. A bíblia diz o contrário: "e todas as nossas justiças como trapo da imundícia - Is 64:6" . O senso comum de certo e errado e de justiça, é uma construção cultural e social. è variável conforme o tempo e conforme a cultura, logo, não me serve como referência. A bíblia é imutável.

Então pensei eu: "Deus é justo. É o que diz a bíblia. É um princípio bíblico que não posso duvidar. Se Deus é justo, e enxergo uma injustiça da parte de Deus no fato, de algumas pessoas não serem salva, logo, é minha "régua de medida de justiçaa" é que está desajustada. O justo, não é o que eu tenho por ser justo, mas o justo é o padrão de Deus, mesmo que, aos olhos humanos, pareça injusto.

Fiquei muito mais certo disto, quando um dia lí este texto (já tinha lido várias vezes, mas desta vez, o texto revelou-se:)

Romanos 9

11-Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),

12-Foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor.

13-Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú.

14-Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma.

15-Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.

16-Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.

17-Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.

18-Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.

19-Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade?

20-Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?

21-Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?

Deus faz escolhas sim. E pronto. Amei a Jacó e aborreci a Esaú. Deus escolheu a Jacó e não há injustiça nisto, mesmo que pareça. É isto que diz a bíblia e pronto. Eu posso aceitar isto e entender como justo, por vir de Deus, ou posso ficar brigando com isto e tentando adaptar ao meu senso de justiça.

Eu não sei explicar, o porquê é assim, mas eu creio do fundo do meu coração, que é justo, pois é o padrão de Deus e o padrão de Deus é justo, mesmo que dentro do meu conceito não pareça. Não duvido do amor de Deus por todos os homens, mesmo sabendo, que muitos deles não serão salvos..

Em resumo, Deus elege alguns, por sua misericórdia, e o Espírito Santo os atrai para a salvação. Por que não elege os outros, e estes não serão salvos, eu não sei, porém sei, que não há injustiça da parte de Deus.

O dia que alguém arrumar uma explicação diferente para o capítulo 9 de Romanos, talvez eu possa pensar em voltar a pensar, que o homem tem alguma participação na sua salvação.

Iverson


http://www.monergismo.com/textos/livre_arbitrio/mitolivrearbitrio.htm

O Mito do Livre-Arbítrio

por

Walter J. Chantry


A maioria das pessoas diz que acredita no “livre arbítrio”. Você tem alguma idéia do que isso significa? Creio que existe uma boa dose de superstição sobre este assunto. A vontade é exaltada como a grandiosa capacidade da alma humana que é completamente livre para dirigir nossas vidas. Mas, do que ela é livre? E de que ela é capaz?

O MITO DA LIBERDADE CIRCUNSTANCIAL

Ninguém pode negar que o homem tem vontade - que é a faculdade de escolher o que deseja dizer, fazer e pensar. Mas, já refletiu sobre a lastimável fraqueza da sua vontade? Embora tenha a capacidade de tomar uma decisão, você não tem o poder de realizar o seu propósito. A vontade pode projetar um curso de ação, mas não tem em si mesma a capacidade de realizar o que intenta.

Os irmãos de José o odiavam e venderam-no como escravo. Mas Deus utilizou o que eles fizeram para torná-lo um governante sobre eles mesmos. Eles escolheram, com o seu curso de ação, prejudicar a José, mas Deus, em Seu poder, dirigiu os acontecimentos para o bem de José, que disse: “Vós bem intentastes mal contra mim, porém Deus o tornou em bem” (Gn 50.2).

Quantas das suas decisões são miseravelmente frustradas? Você pode desejar ser um milionário, mas é possível que a providência de Deus impeça isso. Você pode desejar ser um erudito, mas uma saúde comprometida, um lar instável, ou insuficiência financeira pode frustrar a sua vontade. Você pode querer sair de férias, mas um acidente de automóvel pode mandá-lo para o hospital.

Ao dizer que a verdade é livre, certamente não queremos dizer que ela determina o curso da sua vida. Você não escolheu a doença, a dor, a guerra e a pobreza que espoliaram a sua felicidade. Você não optou por ter inimigos. Se a vontade do homem é tão potente, por que não desejar vivendo sempre e sempre? Mas você certamente vai morrer. Os principais fatores que moldam sua vida não se devem à sua vontade. Você não escolheu a sua inteligência, cor da pele, pais, cor dos olhos, lugar de nascimento...

Uma sóbria reflexão sobre sua própria experiência levará à conclusão que: “O coração do homem propõe o seu caminho, mas o Senhor lhe DIRIGE os passos” (Pv 16.9). Em vez de exaltarmos a vontade humana, deveríamos humildemente louvar ao Senhor, cujos propósitos formam as nossas vidas. Assim como confessou Jeremias: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho, nem do homem que caminha o dirigir os seus passos” (Jr 10.23).

Sim, você pode escolher e planejar o que tiver vontade. mas sua vontade não é livre para realizar nada contrário à vontade de Deus. Nem tem você a capacidade de alcançar qualquer meta que não seja aquela que Deus permitiu. Da próxima vez que estiver tão fascinado com a sua vontade, lembre-se da parábola de Jesus sobre o homem rico que disse: “Farei isto: derribarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, e folga; mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lc 12.18-21). Ele era livre para planejar, mas não para realizar; desse mesmo modo é você.


O MITO DA LIBERDADE ÉTICA

Mas o livre arbítrio é citado como um importante fator na tomada de decisões MORAIS. Diz-se que a vontade do homem é livre para escolher entre o bem e o mal. Mas devemos perguntar novamente: Ela é livre do quê? Ela é livre para escolher o quê?

A vontade do homem é a sua capacidade de escolher entre alternativas. A sua vontade, de fato, decide qual a sua ação entre um certo número de opções. Você tem a faculdade de dirigir seus próprios pensamentos, palavras e feitos. Suas decisões não são formadas por uma força externa, mas internas, em você mesmo. Nenhum homem é compelido a agir contrário à sua vontade, nem forçado a dizer aquilo que não quer. Sua vontade guia suas ações.

Isso, entretanto, não significa que sua capacidade de decidir está livre de qualquer influência. Você escolhe com base no seu entendimento, sentimentos, gestos e desgostos, e seus anseios. Em outras palavras: sua vontade não é livre de você mesmo! Suas escolhas são determinadas pelo seu próprio caráter básico. Sua vontade não é independente da sua natureza, mas escrava dela. Sua escolha não forma o seu caráter, mas o seu caráter guia a sua escolha. A vontade é inclinada àquilo que você conhece, sente, ama e deseja. Você sempre escolhe com base em sua disposição, de acordo com a condição do seu coração.

É apenas por esta razão que sua vontade não é livre para fazer o bem. Sua vontade é escrava do seu coração é mau. “Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra, e que era CONTINUAMENTE MAL TODO DESÍGNIO do seu coração” (Gn 6,5), “Não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Rm 3.12), “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?”(Jr 17.9). Não há força que obrigue o homem a pecar contra sua vontade, entretanto os descendentes de Adão são tão maus que sempre escolhem o mal.

As suas decisões são moldadas pelo seu entendimento, e a Bíblia diz que todos os homens “se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-lhes o coração insensato” (Rm 3.11). Suas concupiscências desejam ardentemente o pecado; portanto, você não pode escolher a Deus. Escolher a Deus é contrário à natureza humana. Se você decidisse obedecer a Deus, seria o resultado de uma compulsão externa. Mas você é livre para escolher, e por isso sua escolha está escravizada à sua própria má natureza.

Se carne fresca e salada fossem colocadas diante de um leão faminto, ele escolheria a carne. É a sua natureza que dita qual a sua escolha. É desse mesmo modo com o homem. A vontade do homem é livre da força exterior, mas não é livre dos pendores da natureza humana. E este pendor é contra Deus (Rm 8.7). A capacidade de escolhas do coração do homem é livre para escolher qualquer coisa que o coração do homem assim ditar; assim, não existe a possibilidade de um homem escolher agradar a Deus sem que haja a prévia operação a Sua graça divina.

Aquilo que a maioria entende por livre arbítrio é a idéia de que o homem é neutro, e, portanto, capaz de escolher tanto o bem quanto o mal. Isto simplesmente não é verdade. O arbítrio humano, assim como toda a natureza humana, é inclinado SÓ e CONTINUAMENTE para o mal. Jeremias indagou: “pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Nesse caso também vós podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal” (Jr 13.23). É impossível. É contrário à natureza. Por isso que os homens precisam desesperadamente da transformação sobrenatural de suas naturezas, de outro modo seus desejos estão escravizados na escolha do mal.

A despeito da grande exaltação que é dada ao “livre arbítrio”, temos visto que a vontade do homem não é livre para escolher um curso contrário aos propósitos de Deus, nem livre para agir contrária à sua própria natureza moral. Sua vontade não determina nem os acontecimentos nem as circunstâncias de sua vida. Escolhas éticas não são tomadas por uma mente neutra, mas são ditadas sempre pelas características de sua personalidade.


O MITO DA LIBERDADE ESPIRITUAL

Entretanto, muitos asseveram que a vontade humana faz a escolha final entre a vida e a morte espiritual. Aqui a vontade é totalmente livre para escolher ou rejeitar a vida eterna oferecida por Jesus Cristo. Dizem que Deus concederá um novo coração a todos que, pelo poder de seu próprio livre arbítrio, desejarem aceitar a Jesus Cristo.

Não pode haver dúvida que aceitar a Jesus Cristo é um ato da vontade humana. Isto é freqüentemente denominado de “fé”. Mas como podem os homens vir de boa vontade para receber ao Senhor? É comumente respondido: “pela disposição de seu próprio livre arbítrio”. Mas como pode ser isso? Jesus é o Profeta, e recebê-lO significa acreditar em tudo o que Ele diz. Em Jo 8.41-45 Jesus deixa claro que você é nascido de Satanás. Este pai maligno odeia a verdade e transmitiu esta mesma inclinação a seu coração. Por isso disse Jesus: “Porque vos digo a verdade e não me credes” (Jo 8.45). Como pode a vontade humana brotar do homem e decidir naquilo que a mente humana odeia e nega?

Aceitar a Jesus significa, adicionalmente, acolhê-lO como sacerdote - isto é: recorrer a Ele e Dele depender para obter a paz com Deus pelo Seu sacrifício e intercessão. Paulo nos diz que a mente com a qual nascemos é hostil a Deus (Rm 8.7). Como pode a vontade escapar da influência da natureza humana, que nasceu com uma violenta inimizade contra Deus? Seria insano para a vontade escolher a paz quando cada osso e gota de sangue clama por rebelião?

Então, receber a Cristo significa também aclamá-lO como REI. Significa obedecer a todos os Seus mandamentos, confessar Seu direito de governar, e adorar diante do Seu trono. Mas a mente, as emoções e os desejos humanos clamam todos: “Não queremos que este reine sobre nós!” (Lc 19.14). Se todo o meu ser odeia Sua verdade, odeia Seu governo e odeia a paz com Deus, como pode a minha vontade ser responsável por receber a Jesus? Como pode tal pecador ter fé?

Não é a vontade humana, mas a graça de Deus que deve ser exaltada por conceder ao pecador um novo coração. A menos que Deus mude o coração e crie um novo espírito de paz, em verdade e submissão, o homem não pode decidir-se por Jesus Cristo e pela vida eterna Nele. É preciso ter um novo coração antes que o homem possa crer, ou de outro modo a vontade do homem está desesperadamente escravizada à maligna natureza humana - mesmo quanto à conversão. Jesus disse: “Não te maravilhes de ter dito: NECESSÁRIO vos é nascer de novo” (Jo 3.7). Se você não o for, jamais verá o Seu Reino.

Leia Jo 1.12 e 13. Lá é dito que aqueles que crêem em Jesus nasceram, não da “vontade do homem, mas de Deus”. Do mesmo modo que a sua vontade não é a responsável por você ter vindo ao mundo, ela não é a responsável pelo seu novo nascimento. É ao seu Criador que você deve ser agradecido por sua vida, e “se alguém está em Cristo, é nova criatura” (2 Co 5.17). Quem jamais escolheu ter sido criado? Quando Lázaro ressuscitou da morte ele decidiu responder à chamada de Cristo, mas não pôde decidir ter vida. Assim disse Paulo em Efésios 2.4,5: “Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (Pela graça sois salvos)”. A fé é o primeiro ato de uma vontade tornada nova pelo Santo Espírito. Receber a Cristo é um ato tão humano quanto a respiração, mas é necessário primeiro que Deus tenha concedido vida.

Não é de admirar que Martinho Lutero tenha escrito um livro intitulado Nascido Escravo, que ele considerou um de seus mais importantes tratados. A vontade está presa às cadeias da maligna natureza humana. Você, que exalta o livre arbítrio como um grande poder, está apegado a uma raiz de soberba. O homem, como um pecador perdido, está definitivamente sem socorro e esperança. A vontade do homem não oferece esperança. Foi a vontade de escolher o fruto proibido que nos atirou na miséria. Somente o poder da graça de Deus pode oferecer livramento. Lance-se à misericórdia de Deus para a salvação. Rogue ao Espírito de Graça para que Ele crie um novo espírito dentro de você.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Evangélicos faturam bem! Pra onde vai esse dinheiro?

Ontem no culto na comunidade onde sou membro, como em todo primeiro domingo do mês, tivemos um trabalho voltado para missões. Geralmente neste dia, todo culto é direcionado para despertar no coração do povo a responsabilidade e a atenção para a obra missionária. O pregador nos levou a refletir sobre a nossa responsabilidade em sermos agentes de missões. Dentro da sua mensagem, ele fez uma citação que me fez lembrar uma matéria que eu tinha lido durante a semana na revista Veja. Ele disse:

“...Não nos falta recursos...”

Quando ele disse que a igreja evangélica não carece de recursos, eu lembrei que tinha lido na Veja, edição 1032 de 30/09/09, na seção Panorama-Radar uma nota que não pode passar desapercebido.

Segundo a Veja, uma pesquisa feito pelo Instituto Análise demonstrou que a arrecadação mensal das igrejas evangélicas está na casa de R$ 1.032 bi. Isto mesmo, bilhões. Ou seja, mensalmente, a igreja evangélica brasileira arrecada mais de um bilhão de reais.

Só para se ter noção do tamanho deste dinheiro, uma rápida pesquisa na Internet nos leva a enxergar a montanha de dinheiro arrecadas nas igrejas. Vejamos:

Faturamento da anual Sadia em 2008: R$ 12,2 bi (igrejas faturam mais);
Orçamento do Distrito Federal em 2009 : R$ 12 bi (igrejas faturam mais);
Orçamento do Min. do Planejamento 2010: R$ 6,9 bi (igrejas faturam mais);
Acréscimo que o governo federal terá para obras em todo o Brasil em 2010: R$ 12 bi (igrejas faturam mais)
Orçamento do estado de São Paulo: R$ 28 bi (igrejas perdem).


Ou seja, a arrecadação das igrejas evangélicas, nesta rápida pesquisa, perde apenas para o orçamento do estado de São Paulo.

Sendo assim, chegamos a conclusão que a igreja evangélica brasileira não tem um problema de caixa. Se a obra de Deus no Brasil não é melhor, ou se a obra missionária brasileira é pífia, a ponto de sempre vermos missionários de chapéu na mão, isto não se dá por problema de arrecadação, e sim por que devemos ter um vazamento no caixa das igrejas evangélicas no Brasil.

Como cristão, me levo a pensar, o que poderia ser feito com todo esse dinheiro. Na verdade, não consigo entender uma instituição que se arvora ser a detentora do reino de Deus na terra, consumir uma grana desta apenas para se manter, isto mesmo, para se manter. As igrejas evangélicas brasileiras viraram um fim em si mesmo. O meio virou um fim. Existem para a própria existência.

A grana das ovelhas tem servido a cada dia mais para compra de templos suntuosos, para compra de aviões e helicópteros , salas comerciais, estações de rádio e TV e para o deleite de muitos destes líderes almofadinhas. Se esta igreja evangélica brasileira é o corpo de Cristo na terra, Jesus já não pode mais dizer que não tem onde reclinar a cabeça. Afinal de contas, templos com veludo e ar condicionado é o que não falta.

Qual a diferença desta igreja evangélica brasileira com o catolicismo medieval pré-reforma? Quase nenhuma, a não ser o fato de que Tetzel (o vendedor das infulgências) era apenas um e hoje temos vários deles por aí.

É Óbvio, que não se pode generalizar. Tem gente honesta, com coração sincero e temente a Deus, tentando fazer coisas boas, que melhorem o mundo. Estes, porém, não possuem os espaços nas TV´s e nas mídias. Estes porém, com certeza, administram pouco, ou quase nada destes valores. Este porém, na maioria das vezes, colocam a mão no bolso, a fim de que o evangelho seja pregado. Estes, com certeza, sabem que este texto, não é para eles.

Novamente, volto a pensar o que poderia ser feito com toda essa grana. Eu não sei como existem ainda pessoas passando fome em países como a África e até mesmo no Brasil, se a igreja evangélica brasileira possui tanta grana. Eu não sei como ainda existem missionários vivendo em condições paupérrimas mendigando o pão, enquanto que a igreja evangélica brasileira tem tanta grana. Com todo esse dinheiro dava pra fazer muita coisa, que não é feita. A igreja evangélica brasileira despreza o principal e troca pelo passageiro, pelo supérfluo. A igreja deixa de socorrer o pobre, deixa de dar de comer ao faminto, porém se orgulha de seus templos. É lamentável e é de chorar, o que virou a tal igreja evangélica brasileira. Os cristãos realmente não aprenderam nada com a história de seus antepassados religiosos, os judeus.

Parafraseando uma história de Tomaz de Aquino, eu diria que não mais podemos dizer “prata e ouro não temos”. Hoje o que mais nós temos é prata e ouro, porém, quase também não podemos mais dizer a um aleijado “levanta e anda ”.


Isaías 58

1-CLAMA em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados.
2-Todavia me procuram cada dia, tomam prazer em saber os meus caminhos, como um povo que pratica justiça, e não deixa o direito do seu Deus; perguntam-me pelos direitos da justiça, e têm prazer em se chegarem a Deus,
3-Dizendo: Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos as nossas almas, e tu não o sabes? Eis que no dia em que jejuais achais o vosso próprio contentamento, e requereis todo o vosso trabalho.
4-Eis que para contendas e debates jejuais, e para ferirdes com punho iníquo; não jejueis como hoje, para fazer ouvir a vossa voz no alto.
5-Seria este o jejum que eu escolheria, que o homem um dia aflija a sua alma, que incline a sua cabeça como o junco, e estenda debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aprazível ao Senhor?
6-Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo?
7-Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?
8-Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda.
9-Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente;
10-E se abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia.
11-E o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam.
12-E os que de ti procederem edificarão as antigas ruínas; e levantarás os fundamentos de geração em geração; e chamar-te-ão reparador das roturas, e restaurador de veredas para morar.
13-Se desviares o teu pé do sábado, de fazeres a tua vontade no meu santo dia, e chamares ao sábado deleitoso, e o santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falares as tuas próprias palavras,
14-Então te deleitarás no Senhor, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse