Quando não queremos ouvir a Deus

A bíblia desde Gênesis até a Apocalipse é recheado de fatos de pessoas que ouviram a voz de Deus e de pessoas que não ouviram a voz de Deus.

O livros de Reis e Crônicas no velho testamento são um relato das histórias dos Reis que reinaram sobre Israel e Judá. Estas histórias são divididas em duas categorias. Os Reis que ouviram a voz de Deus, obedeceram e foram pessoas de sucessos e os Reis que não ouviram a voz de Deus, antes fizeram aquilo que determinava o seu coração e terminaram seus dias com fracassos e mortes terríveis.

Ao todo, reinou sobre a casa de Israel e Judá quarenta reis. Até ao terceiro Rei, Salomão, o reino era único, a partir da morte de Salomão o reino passa a ser dividido entre o Reino do Norte (Israel) e o Reino do Sul (Judá)

O reino do norte teve ao todo vinte reis. O resumo da história destes reis é: “e fizeram o que era mau aos olhos do Senhor”. Devido a atitudes erradas destes reis, Israel sofreu varias guerras e terminou os seus dias como escravos após terem suas terras invadidas em 722 ac. pelo Rei Salmaneser da Assíria. Nestas invasões mulheres eram estupradas, crianças e velhos eram mortos a espada e aqueles que permaneciam vivos, ela levados para viverem como escravos. O fim de Israel foi horrível, porém foi o resultado das suas obras e práticas. Não deram ouvidos a voz de Deus, mas fizeram aquilo que dizia o seu coração.

O Reino do Sul teve ao todo também vinte reis. Houveram alguns que se destacaram por seguir a voz de Deus e por conseqüência disto tiveram sucesso, porém a grande maioria desprezou a voz de Deus assim como os reis de Israel. Nas suas histórias ficou escrito: “e fizeram o que era mau aos olhos do Senhor”. Ao todo, temos onze reis que não ouviram a Deus, dois reis que não se posicionaram e cinco reis que foram fieis ao Senhor. O fim de Judá foi exatamente igual ao fim de Israel. A cidade de Jerusalém foi invadida por Nabucodonosor rei da Babilônia e tudo foi destruído, inclusive o Templo que era motivo de orgulho para o povo Judeu. Mulheres estupradas e mortas, crianças assassinadas e os que não foram mortos foram levados para viverem como escravos na Babilônia.

Os reinos de Israel e Judá colheram a ira de Deus, pois suas atitudes eram más diante de Deus. Seus ouvidos estavam fechados e não quiseram ouvir a mensagem de Deus. O Ap. Paulo no livro do Romanos, capítulo 11, versículo 24 parte “a” nos adverte a considerarmos a “bondade” e a “severidade” de Deus. Não podemos achar que nossas atitudes más ficarão impunes por toda a vida. A bíblia é categórica ao afirmar em Gálatas 6:7 “...não erreis, Deus não se deixa escarnecer, pois aquilo que o homem plantar, isto ceifará...”.

Durante todo o tempo da história de Israel e Judá, Deus levantou homens e mulheres, profetas que gritavam altos aos ouvidos dos Reis e do povo a respeito dos seus erros e de seus pecados, porém, na maioria das vezes, esses reis não deram ouvidos a voz de Deus através dos profetas, pelo contrário, em muitos casos, matavam estes profetas a fim de poderem tranquilamente continuar no erro. Jesus quando chegou em Jerusalém, quase nos momentos finais do seu ministério, sabendo do que ele passaria disse:

“...Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste - A tua casa ficará deserta...” (Mateus 23:37,38)

Deus nunca quis e não quer ver o mau das pessoas, porém a natureza santa de Deus é incompatível com uma vida de erros, onde as pessoas “se deleitam” nos seus pecados. Deus sempre envia profetas e pessoas a fim de tentarem persuadir o homem e alterar os seus caminhos, porém, os homens preferem não dar ouvidos a aquilo que é certo, e para continuar nos seus erros matam os profetas, e matam até ao Filho de Deus.

O fim daqueles que fecham os seus ouvidos a voz de Deus é triste.

Você tem ouvido a voz de Deus? Você tem ouvido os profetas que Deus tem enviado a você?

Ouvir a voz de Deus e mudar os nossos caminhos é um passo para o sucesso e para a benção. Da mesma forma, como Deus na sua palavra nos adverte da severidade com que ele trata o pecado, Deus também nos mostra o resultado abençoado que é ouvir a Deus:

“...E disse: Se ouvires atendo a voz do SENHOR teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR que te sara...”

Se queremos ser curados das enfermidades, devemos ouvir atentamente a voz de Deus. Se queremos que os nossos negócios vão bem, devemos ouvir atentamente a voz de Deus. Se queremos que o nosso casamento vá bem, devemos atentamente ouvir a voz de Deus. Se queremos paz, se queremos saúde, se queremos prosperidade e se queremos felicidade, antes de tudo, devemos atentamente ouvir a Deus, os seus mandamentos e obedecer.

Lembrem-se , Deus é bondoso quando ouvimos e obedecemos, mas também é severo quando fechamos nossos ouvidos.

Curitiba, 22/02/08

Pr. Iverson.

Eu vi Deus face a face

A bíblia conta a história de um homem chamado Jacó. Ele juntamente com seu pai e avô foram pilares da fé judaico-cristã. Deus em diversas oportunidade identifica-se como o “Deus de Abraão, Isaac e Jacó e o autor do livro aos Hebreus os denomina como “Heróis da Fé”.

Os que desconhecem a história como um todo, talvez os enxerguem como imbatíveis, mas não é isto que a bíblia demonstra. Houve momentos na vida destes heróis que eles precisaram de um recomeço. Em especial, vamos falar da história de Jacó.

Jacó era fruto de um milagre. Sua avó era estéril, sua mãe era estéril. Para que ele pudesse vir à vida, sua avó Sara foi submetida a um milagre e deu a luz a seu pai Isaac. O milagre de Deus teve que alcançar também a Rebeca, mãe de Jacó, pois assim como a sua a avó, ela não podia gerar filhos.

Rebeca engravida de gêmeos. Esaú nasce primeiro e Jacó nasce agarrado ao calcanhar de seu irmão. Devido a isto, seus pais lhe dão o nome de Jacó que significa “oportunista”. O fato de ser o segundo filho faria com que Jacó fosse apenas um coadjuvante na história desta família, porém Deus tinha outros planos.

O tempo passa e a história nos mostra várias situações que aconteceram na vida desta família. O irmão mais velho Esaú, não era muito ligado em tradições e nos conselhos paternos.

Vende a sua primogenitura para Jacó em troca de um prato de lentilhas. Em outra ocasião, casa-se com mulheres de Canaã o que deixou seu pai e sua mãe muito triste. A mãe, Rebeca, quando fica sabendo que o pai Isaac vai abençoar a Esaú, traça uma estratégia a fim de enganar o marido e fazer com que a benção seja sobre Jacó. O filho e a mãe enganam a Isaac que é cego e ele abençoa a Jacó (o segundo filho) em vez de Esaú (o primogênito). Jacó inicia a sua vida independente e adulta tendo que fugir, pois seu irmão resolveu mata-lo por vingança.

Erros e mais erros tiveram conseqüências e Jacó tem então que fugir para Harã e viver na casa de seu Tio Labão, onde por vinte e um anos ele serve como empregado. Apesar de tudo, havia uma promessa de Deus para Jacó e ele é abençoado naquele lugar. Ele se casa com Lea e depois com Raquel, adquire muitos bens e servos e torna-se próspero.

Deus havia feito promessas maravilhosas para Jacó. Deus falara a Abraão seu avô, que da sua descendência viria um povo enorme e que seriam tremendamente abençoados. Deus confirmou essas promessas a Jacó, quando o mesmo teve um sonho e viu deus no cume de uma escada que subia aos céus. Porém, apesar de ter uma família, possuir inúmeros bens, Jacó ainda não era completo e não gozava da plenitude que Deus pode oferecer. Ele precisa voltar a sua terra, ele precisa consertar os erros do passado. Deus manda então ele sair de Harã e voltar à terra dos seus pais.

No caminho, Jacó tem um encontro com Deus . Um anjo aparece para ele e Jacó se agarra ao anjo e entram literalmente em uma luta corporal. Jacó diz que não iria soltar ao anjo, enquanto este não o abençoasse. O anjo dá um pequeno golpe na perna de Jacó, o que coloca ao chão, porém, o abençoa. Depois disto e ele diz: “...eu vi Deus face a face e a minha alma foi salva...”.

Depois deste encontro com Deus, ele atravessa o Rio e se encontra com seu irmão. Ele que estava temeroso por esse encontro tem uma enorme surpresa, pois seu irmão o recebe com um abraço. Os dois choram e se perdoam.

Agora Jacó começa a gozar da plenitude das bênçãos de Deus. Tem uma família, tem bens materiais, conserta os problemas do passado e principalmente, tem a “alma salva”.

Deus quer a plenitude de suas bênçãos para as nossas vidas e para que isto aconteça precisamos de um encontro verdadeiro com Deus .






Jacó chamou aquele lugar de Peniel, pois dizia “eu vi Deus face a face”. Ver Deus, encontrar-se com Deus produz mudanças gigantescas na vida das pessoas. Jacó pôde sentir-se salvo e principalmente, ganhou forças para seguir a frente e enfrentar seus problemas. Deus neste encontro muda o nome de Jacó (oportunista) para Israel (vencedor). Deus faz de Jacó um vencedor, assim como ele pode fazer com nossas vidas. Ele pode mudar e reescrever a nossa história. De meros coadjuvantes Deus pode nos transformar nos “atores principais” e nosso nome pode passar para história. Para isto, precisamos de um encontro com ele.

Que Deus possa nos abençoar e que dia o de hoje possa ser chamado de “Peniel” o dia em que “vimos a Deus face a face”.

A historia completa de Jacó pode ser encontrada na Bíblia no livro de Gênesis a partir do capítulo vinte e cinco. Tenham uma boa leitura.

Iverson

Estamos dormindo?

Na virada do ano novo fui responsável por trazer uma mensagem para a nossa comunidade. O texto escolhido foi Mateus 25, a parábola das dez virgens. Senti que fui compelido a pregar sobre esse texto.

Quando estava preparando a mensagem, vi , pela primeira vez, algo neste texto que não tinha visto antes:

“...E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram...” (Mateus 25:5)

Olhem que interessante, as virgens que eram prudentes por terem o azeite também não estavam acordadas quando o esposo chegou. As virgens que eram prudentes por terem sua “cota” de azeite suficiente para a viagem, dormiram juntamente com as loucas.

Fiquei a imaginar: “será quem sabe, se as prudentes estivessem acordadas não poderiam de alguma forma constranger, impulsionar, incomodar as loucas sobre a necessidade de azeite para um encontro com o esposo?” Quem sabe se estivessem acordadas poderiam acordar as loucas e mostrar-lhes que a quantidade de azeite que dispunham não era suficiente para um encontro com o esposo. “Somente os acordados é que podem tirar os sonolentos do sono”.

Desta parábola eu tirei duas lições:

A primeira e mais conhecida é que o encontro com o esposo requer uma quantidade suficiente de azeite. Não podemos ser negligentes e achar que vamos nos encontrar com o Senhor Jesus se não dispormos de uma vida cheia da presença do Espírito Santo.

A segunda, é que nós, que temos azeite suficiente para o encontro, devemos permanecer acordados a fim de não deixar dormir irresponsavelmente os que ainda não possuem este azeite, pois se dormimos, eles não participarão das bodas com o noivo e ficarão de fora. É um egoísmo dormir enquanto ao nosso lado, dormem pessoas que irão para perdição. Muitas vezes os que não estão preparados para um encontro com Deus estão tão próximos de nós. São familiares, amigos, colegas de trabalho. Quantas vezes olhamos ao lado e vemos pessoas que estão totalmente despreparadas para um encontro com Deus e nós dormimos confortavelmente.

Hoje vemos uma igreja dormindo. Uma igreja muito mais preocupada com si mesmo. Parece que a instituição virou um fim em si mesmo.

O evangelho atualmente pregado é o evangelho de “cada um por si”. Ou seja, Deus me abençoe, Deus me abençoe, Deus me abençoe. Vemos muitos querendo um abraço e poucos querendo abraçar. Vemos muitos querendo uma palavra de conforto, porém poucos dispostos, com tempo e acordados para dar uma palavra de conforto. Vemos muitos querendo uma oração, mas vemos poucos dispostos a orar por outros. Não dá , estamos dormindo.

“Desperta tu que dormes e levanta dentre os mortos”. Temos que acordar. O tempo urge, os dias estão se contando e cabe a nós cristão a responsabilidade de pregar o evangelho. Não podemos dormir enquanto ao nosso lado, dormem os que não entrarão nas bodas do cordeiro.

Hoje tive a notícia do falecimento de um amigo o Jean. Enquanto escrevo estas linhas, meu coração está triste e abatido por que perdi meu amigo.

O Jean era uma pessoa especial. Cheio de problemas como qualquer um de nós. Ia e vinha da igreja assim como as ondas que sobem o descem rapidamente. As vezes estava tão atolado em pecados que eu achava que não tinha mais jeito. Outros momentos eu o encontrava feliz por que estava “firme” na igreja.

Nos últimos meses o reencontrei. Passava por uma fase difícil. Tinha se separado da esposa e estava sentindo a separação. Porém, estava freqüentando uma igreja Assembléia de Deus em Curitiba. Nos re-encontramos depois de pelos menos um ano sem nos ver. Ele estava em comunhão com a igreja e orando pela situação com a esposa. Colocamos em prática o velho sonho que tínhamos de montar uma banda. Eu comecei a compor. Fiz sete musicas e no nosso ultimo encontro combinamos que depois do ano novo, estaríamos nos reunindo a fim de mostrar as musicas a ele a ao Robson, outro integrante do sonho.

Na semana passada eu falei com ele pelo telefone. Conversamos sobre coisas musicais e perguntei como eles estava, ele disse: “firme e feliz com Jesus”. Fiquei de falar com ele nesta semana, porém hoje recebi a notícia do seu falecimento. O Jean, dirigia um carro e sofreu um acidente em uma estrada, chegando em Curitiba. Morte estúpida e violenta.

Reconheço que por várias vezes dormi ao lado do Jean. Algumas vezes, eu acho que assim como ele, não tinha azeite suficiente. Em outras vezes, eu já estava cheio do azeite, mas mesmo assim, talvez não o cutuquei o suficiente a ponto de acorda-lo. Espero não tem sido irresponsável diante da eternidade da vida do meu amigo. Porém em alguns momentos, eu falei sério com ele a respeito da vida que levava e como isto não agradava a Deus. A última conversa que tivemos antes dele voltar para a igreja foi séria. Na rua, na frente da empresa que eu trabalho. Ele veio mostrar um carro novo que tinha comprado e eu fui um “estraga prazer” Eu falei sério com ele a respeito da vida que levava, do trabalho que tinha e de como estava afastado de Deus. Ele sumiu por uns seis meses.

Um dia me ligou e me chamou para fazer um louvor com ele, pois estava indo em uma igreja. Disse que as minhas palavras tinham impactado o seu coração. Disse que no momento ficou muito bravo comigo, porém, com o tempo, aquela palavra entrou no seu coração. . Eu pensei: “é mais uma vez o Jean se converteu”. Confesso que fiquei um pouco indiferente. Fui na igreja com ele, conversei com o Pastor e falei para ele cuidar bem do Jean. Depois ele sumiu de novo e nos reencontramos agora em Outubro, conforme detalhei acima. Desta vez ele estava na Assembléia de Deus e apesar de estar separado e sentindo a separação me pareceu bem melhor e bem mais consciente da sua vida.

As ultimas palavras que ouvi do meu amigo foram: “estou bem, feliz e firme com Jesus”. Eu disse a ele: “se precisar de algo me ligue”.

Sinceramente eu espero que Deus tenha me despertado a fim de que eu nos encontros que tive com ele, o tivesse despertado do seu sono e mostrado que ele não tinha , naquele momento, azeite para um encontro com Deus. Espero, do fundo do meu coração, que na comunidade que ele estava freqüentando, ele possa ter encontrado pessoas acordadas a fim de mostrá-lo que ele precisava encher sua vasilha de azeite, pois um encontro com Deus, precisa de muito azeite. Espero que ela tenha sim, enchido a sua lâmpada, pois o seu momento chegou, ele ouviu a voz: “vem o noivo”.

Que possamos refletir, acordados e não dormindo.

Deus nos abençoe, neste dia.